Nessa postagem estaremos mostrando sobre os efeitos toxicológicos que o agente laranja traz à saúde e ao meio ambiente.
O Agente Laranja, também conhecido por ser a mistura de herbicidas chamados 2,4,-D e 2,4,5-T apresenta toxicidade moderada para mamíferos. É bem absorvido pela pele, via digestiva e inalação determinando, agudamente, alterações da glicemia de forma transitória, simulando um quadro clínico de diabetes, além de alterações neuromusculares por neurite periférica. Em termos de efeitos a longo prazo, a preocupação é com as dioxinas (impurezas técnicas presentes nestes produtos), que são substâncias organocloradas persistentes e suspeitas de causarem danos em células germinativas, o que pode causar distúrbios reprodutivos e alguns tipos de câncer como os linfomas.
O mecanismo de toxicidade no organismo animal é desconhecido, mas, estudos evidenciaram extensas lesões musculares. A causa da morte usualmente ocorre por fibrilação ventricular. Ocorre elevação da creatinofosfoquinase no soro, refletindo dano nos músculos estriados (rabdomiólise, mioglobinúria).
Estudos in vivo da mitocôndria hepática demonstraram que os ácidos clorofenólicos são desacopladores da fosforilação oxidativa.
A dose tóxica mínima está em torno de 40-60mg/kg (ou 3-4g), VO. A dose letal é estimada em 15-28g.
Traz como maiores riscos para a saúde ao potencial como perturbador endócrino (alterar a função hormonal), sendo também potencialmente cancerígeno. Os principais efeitos dos perturbadores endócrinos são androgênico ou estrogênico-dependentes. Segundo Ferment (2013)***, “ interferências em rotas biológicas geradas por perturbações endócrinas podem causar danos sérios e irreversíveis à saúde humana durante o desenvolvimento fetal e infantil”. Além da característica potencial de toxicidade à reprodução (teratogênico), existem fortes evidências de ser geneticamente tóxico (genotóxico).
imagem1 - Criança com deformação devido à exposição da progenitora ao agente laranja
O 2,4-D tem como destaque sua tendência de se espalhar mais amplamente no ar do que a maioria dos herbicidas, despejados por via aérea ou por terra. Isso pode comprometer o ambiente nas vizinhanças de seu uso agrícola. Em ambientes fechados, como interior de casas, pode ficar ativo durante vários meses, via pó doméstico. Esse tipo de exposição diária doméstica, mesmo em pequenas doses, corresponderia a uma intoxicação crônica, que pode iria desencadear efeitos endócrinos prejudiciais.
imagem 2- agente laranja
No que se refere ao meio ambiente, o 2,4-D compromete a vegetação nativa das proximidades onde é aplicado, sendo tóxico para micro-organismos do solo, minhocas, insetos beneficiários e outros organismos importantes para o equilíbrio ecológico da lavoura, apresentaria efeito teratogênico em aves (malformações em filhotes). Em meio aquático é considerado com ecotoxicidade elevada para os micro-organismos do plancton, bioacumulando em peixes, contaminando a cadeia alimentar como um todo, incluindo o ser humano e animais domésticos (Fermant, 2013). Quanto às águas subterrâneas, este herbicida pode se infiltrar facilmente nos solos, contaminando os aquíferos.
Até hoje, segundo Ferment (2013), nenhum país autorizou o plantio comercial de plantas transgênicas tolerantes ao 2,4-D. A regularização do 2,4-D sofre risco na União Europeia (UE), em especial por causa das suas potencialidades de perturbador endocrinológico. O autor destaca que o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, dos EUA, solicitou o banimento do herbicida .
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou para a saúde o 2,4-D como Extremamente Tóxico (Classe I) e Perigoso para o meio ambiente (Classe III).Fontes:
1) http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXII.cloro.htm acesso dia 18/09/2013
2) http://pratoslimpos.org.br/ acesso dia 18/09/20133) (***) FERMENT, Gilles. Documento contendo avaliação do risco relativo à saúde do trabalhador rural, ao meio ambiente e às práticas agronômicas das plantas transgênicas tolerantes aos herbicidas a base de 2,4-D no âmbito da Agricultura Familiar. Relatório técnico. Brasília: NEAD-MDA, FAO, 2013, 43 p.
imagem:
1) http://www.antiwar.com/photos/perm/agent-orange1.jpg acesso dia 18/09/2013
2)http://deathandtaxesmag.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2011/02/agent-orange1.png
Muito bom a abordagem sobre o agente laranja no blog de voces, é importante para as pessoas terem esse conhecimento para evitar uma intoxicacao ou um uso errado desses produtos! Outro ponto legal que voces abordaram foi sobre o meio ambiente, pois devemos mesmo nos preocupar com ele e evitar tudo que o for nocivo!!! Continuem postando! : )
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